13 de junho - dia de Santo Antônio
Tanto na religiosidade popular de origem portuguesa e vivida pelos pobres no Brasil, como nos cultos afro-brasileiros, encontramos um Santo Antônio que corresponde às necessidades atuais do povo mas que nem sempre coincide com o santo da história.
Em plena era de secularização, encontramos um santo presente na vida do pobre. Ele realiza milagres e castigos, abre caminhos, defende o povo contra os inimigos e tem a ver com justiça. Ele lida com o burro bravo e as vacas, e cuida da felicidade no casamento. Acha objetos perdidos e leva cartas a seu destino. Parece que a presença do santo na vida do branco português e a presença dos orixás e mesmo dos antepassados na vida do negro não são tão diferentes assim. Enquanto na igreja oficial a presença de Deus e do santo está em crise(nós mais falamos sobre Deus), o pobre fala com Deus e a linguagem dos cantos e das rezas é de encontrar, descer, baixar, vir com força.
A identificação de Santo Antônio com diversos orixás dos cultos afro-brasileiros nos desafia a refletir sobre assuntos como sincretismo e inculturação. O negro há de ser cristão sem deixar de ser negro. E nem Roma, nem tampouco o branco pode criar esta maneira própria de viver a religião. As comunidades negras são os protagonistas legítimos da busca desta nova fé cristã, a partir da experiência religiosa atual do negro e dos seus antepassados.
As maneiras diferentes de celebrar e pensar entre pobres e ricos, entre brancos e negros nos obrigam a imaginar a vivência da união na diversidade do povo de Deus;
Comentários
Postar um comentário