Festas Barrocas: O Áureo Trono Episcopal




A outra festividade, do Áureo Trono Episcopal, ocorrida em 1748, teve como objetivo comemorar a criação do bispado de Mariana, com um variado programa de cerimônias públicas suntuosas. A celebração tinha como personagem principal, mais do que o metal precioso, a sociedade mineradora, agora com sua própria sede eclesiástica.
As opulentas festas barrocas, Triunfo Eucarístico e Áureo Trono Episcopal, eram espetáculos visuais: janelas adornadas com colchas de damasco e seda, flores, alegorias, figuras a cavalo luxuosamente vestidas etc., mascaravam os conflitos sociais. Davam ilusão, ao integrar no ritual, por exemplo, "pagens mulatinhos" vestidos com pompa e requinte, luxuosamente ataviados com sedas, fitas, ouro e diamantes, fazendo deles os acompanhantes de uma das figuras principais. Como se a grandeza e a abundância da empresa aurífera estivesse ao alcance de toda população.
Tais manifestações barrocas, devem ser percebidas como uma forma de dar visibilidade ao poder da igreja de Roma e do Estado português.
Segundo documentos da época, entre 1733 e 1748, o ouro extraído na região das Gerais viveu a etapa de maior produtividade. Os dois festejos barrocos serviram para periodizar o encerramento do apogeu das minas e o lento processo de decadência que, nos anos 70 do século XVIII, já era visível e palpável.
Em meio a estas festividades e procissões religiosas, organizadas pelas Ordens Terceiras e pelas Irmandades, a população esquecia a rotina e o trabalho diário. Entendidas como grandes acontecimentos, enfumaçavam as diferenças sociais que separavam os que produziam as riquezas daqueles que as usufruíam. Bastava olhar o que acontecia nos caminhos, nas encostas dos morros, nos becos, nas vendas e nas tavernas, para entender que, atrelada a uma riqueza ilusória, estava a pobreza.
Usando a linguagem do barroco, encobriam os fatos já que, conforme assinalou a historiadora Laura de Mello e Souza, (...) "o luxo era ostentação pura, o fausto era falso, a riqueza começava a ser pobreza e o apogeu a decadência."

Cf. O falso fausto. In: MELLO e SOUZA, Laura de. Os desclassificados do ouro: a pobreza mineira no século XVIII. Rio de Janeiro: Edições Graal, 2ª edição, 1986, p. 19-42.


Ao longo de sua história, a Arquidiocese de Mariana já teve quatro arcebispos e nove bispos, além de dois bispos auxiliares e um bispo eleito, mas não ordenado.



Arcebispos

5º Dom Geraldo Lyrio Rocha 2007 - Atual

4º Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida 1988 - 2006

3º Dom Oscar de Oliveira 1960 - 1988 Renunciou por limite de idade.

2º Dom Helvécio Gomes de Oliveira, SDB 1922 - 1960

1º Dom Silvério Gomes Pimenta 1906 - 1922

Bispos

Dom Antônio Augusto de Assis 1918 - 1931 Bispo auxiliar.

Dom Modesto Augusto Vieira 1914 - 1916 Bispo auxiliar.

9º Dom Silvério Gomes Pimenta 1896 - 1922

8º Dom Antônio Maria Correia de Sá e Benevides 1877 - 1896

7º Dom Antônio Ferreira Viçoso, C.M. 1844 - 1875 Sua causa de beatificação está em Roma.

Padre Carlos Pereira Freire de Moura Bispo eleito em 1840, mas faleceu antes da ordenação.

6º Dom Frei José da Santíssima Trindade, OFM 1819 - 1835

5º Dom Frei Cipriano de São José, OFM 1797 - 1817

4º Dom Frei Domingos da Encarnação Pontevel, O.P. 1778 - 1793

3º Dom Bartolomeu Manuel Mendes dos Reis 1772 - 1777 Renunciou.

2º Dom Joaquim Borges de Figueiroa 1771 - 1772 Foi designado Arcebispo de Salvador

1º Dom Frei Manuel da Cruz, O. Cist. 1745 - 1764
In: http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquidiocese_de_Mariana

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