Um museu pra lá de vivo

Recursos de alta tecnologia vão ajudar a contar a história da mineração, em mais um espaço no Circuito Cultural da Praça da Liberdade. Abertura ao público será na terça
Depois de ter sido privilégio de pesquisadores e grupos convidados, o lúdico e ousado Museu das Minas e do Metal EBX abre suas portas ao público, na próxima terça-feira. Com o desafio de acabar de vez com o antigo conceito de museus, nos quais o visitante observa e não se relaciona com o que vê, o local, que integra o Circuito Cultural da Praça da Liberdade, promete ir além: ali, o visita interage, desce de elevador com personagens como Dom Pedro II, ouve histórias narradas por Chica da Silva e tem, em cada sala, uma surpresa. Já na abertura ao público, o visitante encontrará a fachada do imóvel onde foi implantado o museu, no antigo e charmoso edifício da Secretaria de Estado da Educação, ganhando vida com recursos tecnológicos de projeção volumétrica. É a primeira vez que este tipo de programa será usado nos país na dimensão de um prédio.



Inaugurado em 22 de março, o espaço recebeu primeiramente grupos convidados e pesquisadores. Somente no primeiro fim de semana de abril, foram quase 3 mil pessoas a passarem pelo local. “Agora, é a vez do público em geral. Nesta primeira semana a entrada será franca, e a expectativa é de que recebamos cerca de 1 mil pessoas diariamente. Depois, o ingresso cobrado será de R$ 6, a inteira, e R$ 3 a meia”, comenta a diretora de projetos sociais e culturais da EBX, Helena Mourão. Ela revela que, no dia da abertura, uma atração dará colorido especial ao evento. “O prédio ganhará vida. Jovens estudiosos de informática e engenharia usarão a arquitetura do edifício para fazer projeções que são capazes de mudar janelas de lugar e até mesmo mostrar, lá fora, o que tem dentro. Será mágico”, garante.

De acordo com Helena, o museu não está pronto. “E nunca estará. É um organismo vivo, que não nasce estático. Sempre terá algo para ser mudado, colocado, incrementado. Nesse tempo em que trouxemos grupos convidados para conhecerem o local, vieram jovens, idosos e adultos, e percebemos que seria necessário trocar o tempo das legendas nas atrações, por exemplo”, diz.

O museu é patrocinado e gerido pelo grupo de mineração EBX, do empresário Eike Batista, apontado como um dos homens mais ricos do mundo. São 44 atrações em 18 salas de exposição. O investimento na recuperação e adequação do prédio, restauração, projeto arquitetônico, obras civis, pesquisas de conteúdo e museografia foi da ordem de R$ 25 milhões, doados por Eike. Logo que se chega ao espaço, o visitante percebe que a vontade dos criadores daquele lugar não foi a de apenas contar a história das minas e metais. “Contamos uma coisa por meio de outra. É como mostrar a ciência que está atrás da arte. Ou a arte atrás da astronomia”, explicou Marcello Dantas, museógrafo responsável pelo museu, que tem ainda no seu extenso currículo, o trabalho de direção artística no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Para ele, a atração de BH se define em “extraordinário”. “Porque vai além daquilo que se espera”, justificou.

ATRAÇÔES Uma das grandes atrações é a simulação de um elevador com capacidade para quatro pessoas em que personagens representando Dom Pedro II e a imperatriz Tereza Cristina falam sobre a Mina do Morro Velho. O casal é uma animação projetada na cabine, e a sensação do visitante é a de estar dentro de uma mina, porque o chão treme e, nas laterais, imagens vão passando. Nesse ambiente, é possível conhecer o império de Dom Pedro II e a exploração do ouro, misturando conhecimentos históricos, de biologia, química e outros. Outro espetáculo é o chão de estrelas, em que o espectador tem a sensação de pisar sobre o céu, enquanto ouve a voz de Fernanda Takai declamando o Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles.

A sala de interação, no último andar do prédio, é a que promete colocar estudantes em dia com o aprendizado das classes tradicionais. Numa delas, figuram no chão, entre outros elementos, os componentes da tabela periódica.


Programe-se
Abertura com apresentações especiais em projeção volumétrica
Dias 22, 23 e 24/06. Haverá apresentações das 20h às 21h30, que serão repetidas a cada 20 minutos. Nesses dias a entrada será franca, com horário especial de funcionamento: das 12h às 21h. O museu tradicionalmente funcionará de terça a domingo de 12h às 18h .
Será cobrada a entrada de R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia)
 




In: Estado de Minas. 18 de junho de 2010.

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