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Mostrando postagens de abril, 2010

Bertold Brecht

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Manifestação dos Professores da Rede Estadual de MG/ Belo Horizonte 29/04/2010 Há homens que lutam um dia, e são bons; Há outros que lutam um ano, e são melhores; Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons; Porém há os que lutam toda a vida Estes são os imprescindíveis   Privatizado "Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar. É da empresa privada o seu passo em frente, seu pão e seu salário. E agora não contente querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, que só à humanidade pertence." ... Nada é impossível de mudar Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual. Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.

Brecht, o poeta dos trabalhadores

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    Um artista que colocou toda a sua obra a serviço da emancipação dos trabalhadores, na defesa do socialismo.   Brecht nasceu na pequena cidade de Augsbrug, no sul da Alemanha. Apesar de ter vivido toda a sua infância em um bairro operário, ele não pertencia às classes populares, pelo contrário, era filho de um abastado diretor de uma fábrica de papel. A condição familiar do pequeno Bertolt indicava-lhe um destino nada honroso, nascera para ocupar um lugar no mundo da produção ao lado dos exploradores. Mas Brecht, desde cedo, sentia que aquele não seria o seu destino. Em vez de produzir papéis, preferia escrever sobre eles, transformando folhas em branco em poesias e a poesia em armas contra a sua própria classe.   Mais tarde escreveria: ........................................... " Eu cresci como filho De gente abastada. Meus pais Me colocaram um colarinho, e me educaram No hábito de ser servido E me ensinaram a dar ordens. Mais tarde, olhei em torno de mim Não me agradava as

30 de abril de 1500: fazendo cristãos

Quinta-feira, 30 de abril: Parece-me gente de tal inocência que, se homem os entendesse e eles a nós, seriam logo cristãos, porque eles, segundo parece, não têm, nem entendem em nenhuma crença. E portanto, se os degredados, que aqui hão de ficar aprenderem bem a sua fala e os entenderem, não duvido que eles segundo a santa intenção de Vossa Alteza, se hão de fazer cristãos e crer em nossa santa fé, à qual praza a Nosso Senhor que os traga, porque certo, esta gente é boa e de boa simplicidade. E, imprimir-se-á ligeiramente neles qualquer cunho, que lhes quiserem dar. E pois Nosso Senhor, que lhes deu bons corpos e bons rostos, como a bons homens, por aqui nós trouxe, creio que não foi sem causa. Portanto Vossa Alteza, que tanto deseja acrescentar a santa fé católica, deve cuidar da sua salvação. E prazerá a Deus que com pouco trabalho seja assim. Eles não lavram, nem criam. Não há aqui boi, nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem galinha, nem qualquer outra alimária, que acostumada seja ao

Bravos homens de outrora

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O mar e o espaço - cada um no seu tempo - foram os desafios que motivaram o desenvolvimento tecnológico. No século XX o homem conquistou o espaço e a lua, a bordo de foguetes espaciais. O olhar para trás cria o espanto de compreender, hoje, a precariedade instrumental das conquistas daquele tempo - o achamento do Brasil entre elas. Dentre os 1.500 que compunham a esquadra de Pedro Álvares Cabral e que, na manhã de 9 de março de 1500 deixaram Portugal rumo a Calecute, na Índia, poucos deixaram seus nomes na história. Através de notas genealógicas e do brasonário conheça aqueles que deu origem ao "achamento" da Terra de Vera Cruz - Brasil. http://www.instituto-camoes.pt/revista/bravhomens.htm

29 de abril de 1500

Quarta-feira, 29 de abril: A quarta-feira não fomos em terra, porque o Capitão andou todo o dia no navio dos mantimentos a despejá-lo e fazer às naus isso que cada um podia levar. Eles acudiram à praia; muitos, segundo das naus vimos. No dizer de Sancho de Tovar, que lá foi, seriam obra de trezentos. Diogo Dias e Afonso Ribeiro, o degredado, aos quais o Capitão ontem mandou que em toda maneira lá dormissem, volveram-se já de noite, por eles não quererem que lá ficassem. Trouxeram papagaios verdes e outras aves pretas, quase como pêgas, a não ser que tinham o bico branco e os rabos curtos. Quando Sancho de Tovar se recolheu à nau, queriam vir com ele alguns, mas ele não quis senão dois mancebos dispostos e homens de prol. Mandou-os essa noite mui bem pensar e tratar. Comeram toda a vianda que lhes deram; e mandou fazer-lhes cama de lençóis, segundo ele disse. Dormiram e folgaram aquela noite. E assim não houve mais nesse dia que mereça ser contado. A Carta de Pero Vaz de Caminha.

28 de abril de 1500

A terça-feira, depois de comer, fomos em terra dar guarda de lenha e lavar roupa. Estavam na praia, quando chegamos, obra de sessenta ou setenta em arcos e sem nada. Tanto que chegamos, vieram logo para nós, sem se esquivarem. Depois acudiram muitos, que seriam bem duzentos, todos sem arcos; e misturaram-se todos tanto conosco que alguns nos ajudavam a acarretar lenha e a meter nos batéis. E lutavam com os nossos e tomavam muito prazer. Enquanto cortávamos a lenha, faziam dois carpinteiros uma grande Cruz, dum pau, que ontem para isso se cortou. Muitos deles vinham ali estar com os carpinteiros. E creio que o faziam mais por verem a ferramenta de ferro com que a faziam, do que por verem a Cruz, porque eles não têm coisa que de ferro seja, e cortam sua madeira e paus com pedras feitas como cunhas, metidas em um pau entre duas talas, mui bem atadas e por tal maneira que andam fortes, segundo diziam os homens, que ontem a suas casas foram, porque lhas viram lá. Era já o conversação deles

Mianmar – Terra dos monges rebeldes

Caio Vilela nos conta como é a vida em Nianmar, uma das nações mais tristes e atrasadas da Ásia. Mianmar também é um centro de peregrinação espiritual para Budistas e Hindus. Em seu protesto pacífico, os monges rezaram em frente a prédios públicos, mas foram agredidos, presos e torturados por uma ação repressiva que não se via desde 1988. NOME OFICIAL: Mianmar (Birmânia até 1989) ÁREA: 678. 033 km CAPITAL: Naypydaw (desde 2005) POPULAÇÃO: 51 milhões (2006) RELIGIÃO: Budista (90%) IDIOMAS: Birmanês (oficial, dialetos regionais) GOVERNO: Ditadura militar   O pagode de Shwedagon é o centro da espiritualidade budista, destino de perigrinação obrigatória, carrega também um simbolismo que não se limita ao universo religioso. Na entrada deste "mistério dourado" teve início a carreira pública e política de Aung San Suu Kyi na luta contra a repressão. Segundo, a líder Aung San Suu Kyi: "Ninguém resolve enfrentar um exército armado por vontade de democracia ou ideol

PATRIMÔNIO HISTÓRICO

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Respeito ao passado, desafio para o futuro O Brasil tem vários monumentos, cidades, parques e sítios arqueológicos reconhecidos como Patrimônio Mundial. Resta agora que sejam preservados. Em tempos de frequentes furtos e roubos de obras artísticas de museus, igrejas e mosteiros brasileiros – como as que foram retiradas do Masp (Museu de Arte de São Paulo) no final de 2007 (e recuperadas) e do Museu da Chácara do Céu em 2006 (ainda procuradas pela Interpol) –, vale refletir sobre como é feita a preservação do patrimônio histórico e artístico do País. Só na lista de bens reconhecidos pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como Patrimônio Mundial da Humanidade, constam 17 monumentos, cidades, parques e sítios arqueológicos do Brasil. O País é citado ainda outras duas vezes entre as Obras-Primas do Patrimônio Oral e Imaterial do mundo. Tantos títulos trazem a inegável vantagem de chamar a atenção para esses locais, objetos e culturas, que, por c

27 de abril de 1500

Segunda-feira, 27 de abril: A segunda-feira, depois de comer, saímos todos em terra a tomar água. Ali vieram então muitos, mas não tantos com as outras vezes. Já muito poucos traziam arcos. Estiveram assim um pouco afastados de nós; e depois pouco a pouco misturaram-se conosco. Abraçavam-nos e folgavam. E alguns deles se esquivavam logo. Ali davam alguns arcos por folhas de papel e por alguma carapucinha velha ou por qualquer coisa. Em tal maneira isto se passou que jinte ou trinta pessoas das nossas se foram com eles, onde outros muitos estavam moças e mulheres. E trouxeram de lá muitos arcos e barretes de penas de aves, deles verdes e deles amarelos, dos quais, segundo creio, o Capitão há de mandar amostra a Vossa Alteza. E, segundo diziam esses que lá foram, folgavam com eles. Neste dia os vimos mais de perto e mais à nossa vontade, por andarmos quase misturados. Ali, alguns andavam daquelas tinturas quartejados; outros de metades; outros de tanta feição, como em panos de armar, e t

Domingo de Pascoela: 26 de abril de 1500

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Obra do artista Victor Meirelles representando a Primeira Missa no Brasil dos jesuítas. Fonte: http://www.revista.art.br/site-numero-05/trabalhos/10/image001.jpg Domingo, 26 de abril: Ao domingo de Pascoela pela manhã, determinou o Capitão de ir ouvir missa e pregação naquele ilhéu. Mandou a todos os capitães que se aprestassem nos batéis e fossem com ele. E assim foi feito. Mandou naquele ilhéu armar um esperavel, e dentro dele um altar mui bem corregido. E ali com todos nós outros fez dizer missa, a qual foi dita pelo padre frei Henrique, em voz entoada, e oficiada com aquela voz pelos outros padres e sacerdotes, que todos eram ali. A qual missa, segundo meu parecer, foi ouvida por todos com muito prazer e devoção. Ali era com o Capitão a bandeira de Cristo, com que saiu de Belém, a qual esteve sempre levantada, da parte do Evangelho. Acabada a missa, desvestiu-se o padre e subiu a uma cadeira alta; e nós todos lançados por essa areia. E pregou uma solene e proveitosa pregação da hi

25 de abril de 1500

Sábado, 25 de abril: Ao sábado pela manhã mandou o Capitão fazer vela, e fomos demandar a entrada, a qual era mui larga e alta de seis a sete braças. Entraram todas as naus dentro; e ancoraram em cinco ou seis braças - ancoragem Jentro tão grande, tão formosa e tão segura que podem abrigar-se nela mais de duzentos navios e naus. E tanto que as naus quedaram ancoradas, todos os capitães vieram a esta nau do Capitão-mor. E daqui mandou o Capitão a Nicolau Coelho e Bartolomeu Dias que fossem em terra e levassem aqueles dois homens e os deixassem ir com seu arco e setas, e isto depois que fez dar a cada um sua camisa nova, sua carapuça vermelha e um rosário de contas brancas de osso, que eles levaram os braços, seus cascavéis e suas campainhas. E mandou com eles, para lá ficar, um mancebo degredado, criado de D. -oão Telo, a que chamam Afonso Ribeiro, para lá andar com eles e saber de seu vivere maneiras. E a mim mandou que fosse com Nicolau Coelho. Fomos assim de frecha direitos à praia.

24 de abril de 1500

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Jansen de Mello http://www.novomilenio.inf.br/festas/1500d4.jpg Sexta-feira, 24 de abril: E sexta pela manhã, às oito horas, pouco mais ou menos, por conselho dos pilotos, mandou o Capitão levantar âncoras e fazer vela; e tomos ao longo da costa, com os batéis e esquifes amarrados à popa na direção do norte, para ver se achávamos alguma abrigada e bom pouso, onde nos demorássemos, para tomar água e lenha. Não que nos minguasse, mas por aqui nos acertamos. Quando fizemos vela, estariam já na praia assentados perto do rio obra de sessenta ou setenta homens que se haviam juntado ali poucos e poucos. Fomos de longo, e mandou o Capitão aos navios pequenos que seguissem mais chegados à terra e, se achassem pouso seguro para as naus, que amainassem. E, velejando nós pela costa, acharam os ditos navios pequenos, obra de dez léguas do sítio donde tínhamos levantado ferro, um recife com um porto dentro, muito bom e muito seguro, com uma mui larga entrada. E meteram-se dentro e amainaram. As naus

Os primeiros contatos com os índios

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http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7c/Vascodagama.JPG http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7c/Vascodagama.JPG [Quinta-feira, 23 de Abril] Mandou lançar o prumo, acharam 25 braças, e, ao sol-posto, obra de 6 léguas de terra, surgimos âncoras em 19 braças; ancoragem limpa. Ali ficámos toda aquela noute. E à quinta-feira, pela manhã, fizemos vela e seguimos direitos à terra e os navios pequenos diante, indo por 17, 16, 15, 14, 13, 12, 10 e 9 braças até meia légua de terra, onde todos lançámos âncoras em direito da boca dum rio. E chegaríamos a esta ancoragem às 10 horas, pouco mais ou menos. E o Capitão mandou em terra a Nicolau Coelho para ver aquele rio. E tanto que ele começou a ir-se para lá, acudiram pela praia homens aos dois e aos três, de maneira que, quando o batel chegou à boca do rio, já lá estavam dezoito ou vinte. Pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Traziam arcos nas mãos, e suas setas. Vinham todos rijamente

Descobrir o Descobrimento

Os brancos clamam hoje: "Nós descobrimos a terra do Brasil!". Isso não passa de uma mentira. Ela existe desde sempre e Omama nos criou com ela. Nossos ancestrais a conheciam desde sempre. Ela não foi descoberta pelos brancos! Muitos outros povos, como os Makuxi, os Wapixana, os Waiwai, os Waimiri-Atroari, os Xavante, os Kayapó e os Guarani ali viviam também. Mas, apesar disso, os brancos continuam a mentir para si mesmos pensando que descobriram esta terra! Como se ela estivesse vazia! Como se os seres humanos não a habitassem desde os primeiros tempos! In: http://www.proyanomami.org.br/frame1/voz.htm

O primeiro contato com os índios

E estando Afonso Lopez, nosso piloto, em um daqueles navios pequenos, foi, por mandado do Capitão, por ser homem vivo e destro para isso, meter-se logo no esquife a sondar o porto dentro. E tomou dois daqueles homens da terra que estavam numa almadia: mancebos e de bons corpos. Um deles trazia um arco, e seis ou sete setas. E na praia andavam muitos com seus arcos e setas; mas não os aproveitou. Logo, já de noite, levou-os à Capitaina, onde foram recebidos com muito prazer e festa. A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixa de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a cara. A Carta de Pero Vaz de Caminha. In: http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/carta.html

A terra é graciosa

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Trancoso - Bahia Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro-e-Minho, porque neste tempo d'agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem! A Carta de Pero Vaz de Caminha In: http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/carta.html

Carta de Pero Vaz de Caminha

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O escrivão da armada de Pedro Álvares Cabral, Pêro Vaz de Caminha, redigiu esta carta ao rei D. Manuel para comunicar-lhe o descobrimento das novas terras. Datada de Porto Seguro, no dia 1º de Maio de 1500, foi levada a Lisboa por Gaspar de Lemos, comandante do navio de mantimentos da frota. Senhor, posto que o Capitão-mor desta Vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a notícia do achamento desta Vossa terra nova, que se agora nesta navegação achou, não deixarei de também dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que -- para o bem contar e falar -- o saiba pior que todos fazer! Todavia tome Vossa Alteza minha ignorância por boa vontade, a qual bem certo creia que, para aformosentar nem afear, aqui não há de pôr mais do que aquilo que vi e me pareceu. Da marinhagem e das singraduras do caminho não darei aqui conta a Vossa Alteza -- porque o não saberei fazer -- e os pilotos devem ter este cuidado. E portanto, Senhor, do que hei

Greve dos professores

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"Não vamos nos dispersar. Continuemos reunidos, como nas praças públicas, com a mesma emoção, a mesma dignidade e a mesma decisão. Se todos quisermos, dizia-nos, há quase duzentos anos, Tiradentes, aquele herói enlouquecido de esperança, poderemos fazer deste País uma grande Nação. Vamos fazê-la." Discurso do presidente Tancredo Neves, após sua eleição à Presidência da República no Colégio Eleitoral, no plenário da Câmara dos Deputados, Brasília (15/01/1985) Greve dos professores Praça de Palmeiras - Ponte Nova, MG Educação é cidadania. .

Liberdade é o outro nome de Minas

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"Minas nasceu da luta pela liberdade. E porque a liberdade é o ânimo das pátrias, a Nação surgiu aqui, na rebeldia criadora dos inconfidentes, que nos deram por bandeira o mais forte de todos os ideais. Não se deve ao acaso que esta praça e este palácio tenham a mesma denominação. Liberdade é o outro nome de Minas." Discurso do governador Tancredo Neves ao tomar posse no cargo de governador do Estado de Minas Gerais, em Belo Horizonte, Palácio da Liberdade (15/03/1983) Tancredo, entre Ulysses Guimarães e dona Risoleta, em seu discurso como presidente eleito: "Poderemos fazer deste País uma grande Nação. Vamos fazê-la" (foto Orlando Brito/Editora Abril/Imagens) In: http://www.tancredo-neves.org.br/discursos.html

O Processo Jurídico da Inconfidência Mineira

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O processo jurídico dos inconfidentes foi feito através das Devassas, "que era inquirições para informação dos delitos". Como os fatos se desenrolaram no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, foram "tiradas" duas Devassas, a de Minas, presidida pelo Des. Pedro José Araújo de Saldanha, e a do Rio, pelo Des. José Pedro Machado. Acabada a leitura dos autos da Devassa, algumas ideias força: A – O movimento conjurado não foi uma conversa de falastrões ou uma ideação de visionários irresponsáveis. (...)   Ele provocou a vinda de desembargadores da metrópole, para integrarem o Tribunal de Alçada. B - A defesa dos inconfidentes, sob o patrocínio do advogado José de Oliveira Fagundes, (...) foi hábil, talentosa e eficiente. C – O principal artífice da Conjuração foi indiscutivelmente Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, apesar da tentativa de muitos historiadores de descaracterizar sua imagem de herói e de mártir.  (...) Tiradentes não é herói louco. O é de carne e osso.

Sentença de Tiradentes

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"Portanto condenam ao réu Joaquim José da Silva Xavier, por alcunha de Tiradentes, Alferes que foi da tropa paga da Capitania de Minas, a que com braço e pregação seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca e nela morra de morte natural para sempre, e que depois de morto lhe seja cortada a cabeça e levada a Vila Rica, onde em lugar mais público dela será pregada, em um poste alto até que o tempo a consuma e o seu corpo será dividido em quatro partes, e pregado em postes, pelos caminhos de Minas Gerais, no sítio de Varginha e das Cebolas, onde o réu teve suas infames práticas, e os mais nos sítios de maiores povoações até que o tempo também os consuma; declaram o réu infame, e seus filhos e netos, tendo-os os seus bens aplicam para o fisco e Câmara Real, e a casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e salgada, para que nunca mais no chão se edifique, e, não sendo própria, será avaliada e paga a seu dono pelos bens confiscados, e no mesmo chão se levante um padrão, pelo

De mais tropeiros

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"Passou um louco, montado. Passou um louco a falar que isso era uma terra grande e que a ia libertar. [...] - Por isso é que assim nos rimos, que nos rimos sem parar, pois há gente que não leva a cabeça no lugar.     Por aqui passava um homem - e como o povo se ria! - "Liberdade ainda que tarde" nos prometia. E cavalgava o machinho. E a marcha era tão segura Que uns diziam: "Que coragem!" e outros: "Que loucura!" Lá se foi por esses montes o homem de olhos espantados, a derramar esperanças por todos os lados". ( Romance XXXI ou De Mais Tropeiros - Cecilia Meireles ) Di Cavalcanti - Inconfidência - 1969 http://www.dicavalcanti.com.br/anos6070/obras_60_70/inconfidencia.htm

Moeda comemorativa dos 50 anos de Brasília

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A peça fabricada pela Casa da Moeda tem 40 milímetros de diâmetro, feita em prata com áreas foscas e espelhadas. No anverso (cara) da moeda há uma composição de imagens representando a arquitetura da cidade com o Congresso Nacional, Catedral de Brasília, Palácio do Planalto e a escultura Guerreiros. No contorno está escrito a legenda “Patrimônio da Humanidade- Unesco”.e na parte inferior “Brasília 1960 – 2010”. O reverso (coroa) é composto por uma representação esquemática do Plano Piloto, conhecida como avião, com o lado norte voltado para cima e na parte inferior à direita consta a impressão do valor de face, 5 REAIS e a legenda Brasília. http://www.agecom.df.gov.br/042/04299003.asp?ttCD_CHAVE=91977

Tropicália

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Caetano Veloso Composição: Caetano Veloso Sobre a cabeça os aviões Sob os meus pés os caminhões Aponta contra os chapadões Meu nariz Eu organizo o movimento Eu oriento o carnaval Eu inauguro o monumento No planalto central do país... Viva a bossa Sa, sa Viva a palhoça Ca, ça, ça, ça...(2x) O monumento É de papel crepom e prata Os olhos verdes da mulata A cabeleira esconde Atrás da verde mata O luar do sertão O monumento não tem porta A entrada é uma rua antiga Estreita e torta E no joelho uma criança Sorridente, feia e morta Estende a mão... www.memorialjk.com.br/jk/indexjk.htm Viva a mata Ta, ta Viva a mulata Ta, ta, ta, ta...(2x) No pátio interno há uma piscina Com água azul de Amaralina Coqueiro, brisa E fala nordestina E faróis Na mão direita tem uma roseira Autenticando eterna primavera E no jardim os urubus passeiam A tarde inteira Entre os girassóis... Viva Maria Ia, ia Viva a Bahia Ia, ia, ia, ia...(2x) No pulso esquerdo o bang-bang Em suas veias corre Muito pouco sangue Mas s

Candango: pequena história de uma palavra

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Por Ana Maria "Quando cheguei em Brasília, em janeiro de 1959, a palavra candango era usada para designar apenas os operários que trabalhavam na construção da cidade. Tinha uma acepção que representava o preconceito existente contra os nordestinos chegados um ano antes, retirados de uma grande seca. Depois perdeu seu caráter pejorativo e passou a incluir todos os pioneiros que trabalharam na construção de Brasília, acabando por abarcar os moradores da cidade, em geral. Hoje, como uma espécie de homenagem, justíssima, é um gentílico para todo aquele que nasce em Brasília. É linda a palavra, parece nome de uma planta que alucina, parece um som de tambor, uma reverberação, um ruído primordial... Candango tem etimologia controversa, mas certamente é de origem banta. Em Cuba, país de fortíssima presença africana, candango significa bobalhão, mentecapto, doentio, enfraquecido... Li em algum lugar que ela teria vindo de uma palavra africana equivalente a “iludir com lisonjas”. Ortiz vê e

Brasília na visão de Clarice Lispector

"Brasília é construída na linha do horizonte. – Brasília é artificial. Tão artificial como devia ter sido o mundo quando foi criado. Quando o mundo foi criado, foi preciso criar um homem especialmente para aquele mundo. Nós somos todos deformados pela adaptação à liberdade de Deus. Não sabemos como seríamos se tivéssemos sido criados em primeiro lugar, e depois o mundo deformado às nossas necessidades. Brasília ainda não tem o homem de Brasília. – Se eu dissesse que Brasília é bonita, veriam imediatamente que gostei da cidade. Mas de digo que Brasília é a imagem de minha insônia, vêem nisso uma acusação; mas a minha insônia não é bonita nem feia – minha insônia sou eu, é vivida, é o meu espanto.(...) – Eu sei o que os dois(Lucio Costa e Oscar Niemeyer) quiseram: a lentidão e o silêncio, que também é a ideia que faço da eternidade. Os dois criaram o retrato de uma cidade eterna. – Há alguma coisa aqui que me dá medo. Quando eu descobrir o que me assusta, saberei também o que amo aq

Brasília: um sonho de D. Bosco

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Santuário D. Bosco No sonho, D. Bosco se vira percorrendo toda a América do Sul, de um extremo a outro, tendo um anjo como guia. Atravessaram florestas e pantanais, transpuseram rios caudalosos, percorreram pradarias e planícies. Os olhos de D. Bosco "tinham uma potência visual maravilhosa, não encontrando obstáculos que os detivessem". O que havia, no sonho, que talvez dissesse respeito à construção da Capital no Planalto, resumia-se a um trecho não muito explícito: Tra il grado 15 e il 20 grado vi era uno seno assai lungo e assai largo che partiva da un punto ove formavasi un lago. Allora una voce disse repetutamente: - Quando se verrano a scavare le minere nascoste in mezzo a questi monti, apparirá qui la terra promessa fluente latte e miele. Sará una ricchezza inconcepíbile.” "Entre os graus 15 e 20, aí havia uma enseada bastante extensa e bastante larga, que partia de um ponto onde se formava um lago. Nesse momento disse uma voz repetidamente: - Quando se vierem a e

O mito Tiradentes

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No dizer de Mircea Eliade, historiador das religiões, o mito sobrevive na condição humana a angústia perante o tempo. Embora possa adquirir camuflagens diversas, ele permanece vivo em nossa sociedade. "Amanheceu o dia 21 de abril, que lhe abriria a eternidade" [Últimos momentos...p.108], assim descreve o frei Raimundo Penaforte últimos momentos de Joaquim José da Silva Xavier. Morre o homem, nasce o mito. Forjado pelos franciscanos, confessores dos inconfidentes, o ideal cristão é projetado na figura de Tiradentes. Torna-se modelo de homem cristão, generoso, arrependido, castigado, mas preparado para bem morrer. Segundo os confessores, ele recebeu sereno e convencido da gravidade de seus pecados a sentença condenatória. Após a leitura do Decreto Régio, que apenas o condenava à morte, sua reação foi de alegria pelos outros réus favorecidos pelo perdão real, e pouco trabalho tiveram em seu consolo. Descrevem sua caminhada para o cadafalso, como se fosse o próprio Cristo: beij

O herói despedaçado

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http://www.portinari.org.br/ppsite/ppacervo/thumb.asp?tema=020213&totObras=23

Mulheres conjuradas

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História é substantivo feminino. Contudo, nela as mulheres costumam figurar como mera adjetivação de heróis masculinos. Nesta cultura machista que nos assola, quase não se destacam as figuras heróicas de mulheres envolvidas com a Conjuração Mineira liderada por Tiradentes. Mulheres que assumiram a coragem de apoiar os homens que amavam, comprometidos com a principal conspiração de nossa história: a que pretendeu libertar o Brasil do domínio português. Mulheres que padeceram a dor de ver seus companheiros presos, torturados, degredados, os bens sequestrados, a infâmia proclamada sobre sucessivas gerações, sem a esperança de, no futuro, voltar a abraçá-los. Só uma delas o conseguiu. Tomás Antônio Gonzaga, quarentão, se apaixonou por Maria Doroteia Joaquina de Seixas, 23 anos mais nova do que ele. Eternizada sob o pseudônimo poético de Marília de Dirceu, os poemas apaixonados teriam sido escritos antes de o autor enamorar-se dela. Segundo Tarquínio J. B. De Oliveira, a verdadeira M