História falada, rede e mudança social


Hoje as culturas se tocam, os indivíduos convivem, mas ainda não conseguimos construir histórias e visões que considerem essa diversidade.Num mundo entrelaçado pela tecnologia, todos podemos gerar e acessar informações. Se pudéssemos fazer circular as nossas histórias, de forma não centralizada, talvez traríamos de volta a memória ao nosso cotidiano, recuperando o papel dos griots – os antigos guardiões e contadores de história nos povos africanos. Já disseram que cada ser humano é uma biblioteca, fonte singular de conhecimento. Saber ouvir cada um, compondo as diferentes visões, revela-se assim um exercício básico de cidadania – parte essencial da aprendizagem e desenvolvimento humano(...)

As novas tecnologias, em especial a Internet, apresentam-se como oportunidade inédita de tecer essas memórias (...)  articular as narrativas e incentivar cada pessoa, grupo ou comunidade a ser autor de sua história – própria e coletiva. 


 Para que essa memória seja múltipla é necessário que exista um espaço, um ponto onde todos os relatos se conectem, um lugar em que estejam organizados e ordenados, de maneira que essa memória se torne disponível e possa ser utilizada como fonte em educação, em políticas públicas. É preciso pensar a sociedade como uma grande teia onde cada um de nós tem a possibilidade de registrar sua visão (...) conectar as memórias possibilitando constituir, sem hierarquia, o complexo conjunto de histórias disseminadas por toda a sociedade.


 WORCMAN, Karem. Diretora do Museu da Pessoa. Seminário Memória, rede e mudança social, promovido pelo Museu da Pessoa, agosto de 2003.

In: http://www.imprensaoficial.com.br/PortalIO/download/pdf/projetossociais/historia_falada.pdf


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