Ela, a 36ª Presidente do Brasil - Primeira mulher a comandar o Executivo Nacional

Analistas políticos avaliam que o primeiro discurso da presidente eleita Dilma Rousseff (PT) serviu como uma espécie de carta de intenções do novo governo e também como instrumento para conciliar setores da sociedade. Proferido na noite de domingo (31) após a divulgação do resultado, o pronunciamento teve mais de 20 minutos de duração.


O cientista político Rafael Cortez, da Tendências Consultoria, avalia que o discurso foi um ‘recado para diminuir incertezas’. Para ele, Dilma foi enfática na defesa da estabilidade econômica, da austeridade fiscal e do papel das agências reguladoras. Cortez lembra que são temas importantes para o mercardo e foram influenciados por sua equipe. “O discurso tem a cara do Palocci (ex-ministro da Fazenda) e da agenda que ele defende”, diz. “A questão é saber o quanto isso vai ser aplicado na prática.”
A cientista política e professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Maria do Socorro Souza Braga lembra que os pronunciamentos de candidatos eleitos costumam ser breve, enquanto Dilma apresentou quase um “programa” de governo. “Foi um discurso até inesperado, com três aspectos muito importantes”, disse Maria. Ela destaca que as principais ações no campo social, infraestrutura e abertura com a oposição foram abordados.
Para a professora, a presidente eleita e sua equipe quiseram acalmar sobretudo dois setores: mercado financeiro e também a Igreja Católica. “É uma resposta aos sistemas mais conservadores da sociedade”, disse. Segundo ela, o conteúdo revela coerência com as alianças articuladas tanto pelo PT quanto pelo governo Lula. “A governabilidade requer a maior inclusão das questões do país”, afirma.
O professor da Universidade de Brasília (UNB) David Fleisher destacou o simbolismo da abertura dedicada às mulheres, que ele considerou significativa. Além disso, o cientista político afirma que foi um discurso ameno, no qual ela fez uma revisão das metas de campanha. “Foi um discurso de conciliação e de tentar abrir espaço para o novo governo”, avalia.

In: G1 Política 

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