Gazeta oitocentista

Os jornais são uma fonte inesgotável para os historiadores. Nas páginas dos antigos periódicos foram registrados diversos aspectos da vida política, econômica, social e cultural do país. Quanto a isso basta citar o clássico livro de Gilberto Freyre, cujo título quilométrico é bastante elucidativo a respeito das potencialidades dos acervos jornalísticos: O Escravo nos anúncios de jornais brasileiros do século XIX: tentativa de interpretação antropológica, através de anúncios de jornais, de característicos de personalidade e de deformações de corpo de negros ou mestiços, fugidos ou expostos à venda, como escravos, no Brasil do século passado.



No Brasil, a criação desse meio de comunicação data de 1808, quando a transferência da Corte portuguesa pôs fim à proibição colonial em relação à imprensa. Nesse mesmo ano, passou a circular em nosso território o Correio Braziliense, impresso em Londres, e a Gazeta do Rio de Janeiro.

Reproduções das páginas pioneiras do Correio estão no
site da Brasiliana da USP. Já a Biblioteca Nacional disponibiliza vários volumes da Gazeta em seu site, que também abriga coleções de outros jornais antigos, como o Idade d’Ouro do Brasil (1811-1818), da Bahia, ou O Conciliador (1821-1823), do Maranhão.

Mais de 50 mil páginas de periódicos mineiros do século XIX também podem ser acessadas através do Arquivo Público Mineiro, que oferece aos pesquisadores
uma base com 267 títulos, como O Universal, jornal liberal que circulou durante vinte anos, um marco para a época. Ainda em Minas, a Universidade Federal de São João del-Rei e a Biblioteca Municipal Baptista Caetano d´Almeida constituíram um importante acervo jornalístico online, assim como a Coleção Linhares, pertencente ao site da Universidade Federal de Minas Gerais. Nela, estão reunidos os primeiros exemplares de periódicos que circularam em Belo Horizonte.

Nas consultas pela rede, é possível cruzar os oceanos e também pesquisar os acervos jornalísticos de Portugal, onde as primeiras gazetas foram publicadas no século XVII. São duzentos anos a mais de material para os historiadores em sites como o
Observatório da Imprensa e a Hemeroteca Digital.

Renato Venâncio é professor da Universidade Federal de Ouro Preto

IN:
http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/impressao.php?id=2666&pagina=1

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