Postagens

Mostrando postagens de maio, 2010

Terra - Caetano Veloso

Terra Caetano Veloso Composição: Caetano Veloso Quando eu me encontrava preso Na cela de uma cadeia Foi que vi pela primeira vez As tais fotografias Em que apareces inteira Porém lá não estavas nua E sim coberta de nuvens... Terra! Terra! Por mais distante O errante navegante Quem jamais te esqueceria?... Ninguém supõe a morena Dentro da estrela azulada Na vertigem do cinema Mando um abraço prá ti Pequenina como se eu fosse O saudoso poeta E fosses a Paraíba... Terra! Terra! Por mais distante O errante navegante Quem jamais te esqueceria?... Eu estou apaixonado Por uma menina terra Signo de elemento terra Do mar se diz terra à vista Terra para o pé firmeza Terra para a mão carícia Outros astros lhe são guia... Terra! Terra! Por mais distante O errante navegante Quem jamais te esqueceria?... Eu sou um leão de fogo Sem ti me consumiria A mim mesmo eternamente E de nada valeria Acontecer de eu ser gente E gente é outra alegria Diferente d

Os bruzundangas

Imagem
Escrito em 1917, o livro Bruzundangas, corresponde uma sátira da sociedade brasileira. Nele, Lima Barreto traça um paralelo entre o Brasil e um lugar imaginário, a Bruzundanga. No trecho a seguir, o autor descreve o processo eleitoral, visto como pilar do regime republicano, mas, no Brasil, transformado em mero elemento decorativo, marcado por violência e corrupção. Dentre as muitas superstições políticas do nosso tempo, uma das mais curiosas é sem dúvida a das eleições. Admissíveis quando se trata de pequenas cidades, para a escolha de autoridades verdadeiramente locais, quase municipais, como eram na antigüidade, elas tomam um aspecto de sortilégio, de adivinhação, ao serem transplantadas para os nossos imensos estados modernos. Um deputado eleito por um dos nossos imensos distritos eleitorais, com as nossas dificuldades de comunicação, quer materiais, quer intelectuais, sai das urnas como um manipanso a quem se vão emprestar virtudes e poderes que ele quase sempre não tem. Os se

Memória de um colono

Imagem
Bruno, Pedro (1889-1949). Pátria (1919).Rio de Janeiro: Museu da República “Na comunidade doméstica de constituição patriarcal, ainda bem viva durante nosso Império, os escravos constituíam uma simples ampliação do círculo familiar. Por isso e também por motivos compreensíveis de interesse econômico, o bem estar dos escravos devia ser mais caro ao fazendeiro do que o dos colonos.” Sergio Buarque de Holanda. Introdução da obra Memória de um colono no Brasil de Thomas Davatz.

O cotidiano de um escravo

Desvela-se o cotidiano do trabalho numa fazenda do sudeste, em meados dos Oitocentos. De qual trabalhador falamos? Podia ser um José. Um africano com nome cristão. (...) Não um qualquer e sim oriundo de um povo do mesmo nome localizado no nordeste do vale Zambezi, na província de Tete. Lá para as bandas da África Oriental. Mas no Brasil todos o chamavam de José Moçambique. Tinha 17 anos quando embarcou aprisionado no porto de Quilimane, chegando ao Brasil no navio Brigue-Ganges em 1834, já durante o período de ilegalidade do comércio atlântico de escravos. Melhor sorte tiveram outros malungos (como se denominavam os companheiros de viagem dos tumbeiros) que vieram embarcados nesse mesmo navio, numa viagem em 1839. Abordados em alto mar pela marinha inglesa, mobilizada na repressão ao tráfico ilegal, foram considerados africanos livres. No Rio de Janeiro, José não ficou muito tempo (...). Outra viagem se fazia urgente. Rumo às fazendas de café. Chegaria a Vassouras, coração do mundo caf

Confederação do Equador

Brasileiros do norte! Pedro de Alcântara, filho de d. João VI, rei de Portugal, a quem vós por uma estúpida condescendência com os brasileiros do sul aclamastes vosso imperador, quer descaradamente escravizar-nos (...). Não queremos um imperador criminoso, sem fé nem palavras; podemos passar sem ele! Viva a Confederação do Equador! Viva a constituição que nos deve reger! Viva o governo supremo, que há de nascer de nós mesmos! (Proclamação de Manuel Paes de Andrade, presidente da Confederação do Equador, 1824.)

A resistência negra no Brasil escravista

A respeito da Independência na Bahia, o historiador João José Reis afirmou o seguinte: Os escravos não testemunharam passivamente a Independência. Muitos chegaram a acreditar, às vezes de maneira organizada, que lhes cabia um melhor papel no palco político. Os sinais desse projeto dos negros são claros. Em abril de 1823, dona Maria Bárbara Garcez Pinto informava seu marido em Portugal, em uma pitoresca linguagem: “A crioulada fez requerimentos para serem livres”. Em outras palavras, os escravos negros nascidos no Brasil (crioulos) ousavam pedir, organizadamente, a liberdade! (Adaptado de O Jogo Duro do Dois de Julho: o “Partido Negro” na Independência da Bahia, em João José Reis e Eduardo Silva, Negociação e Conflito. A resistência negra no Brasil escravista. São Paulo: Cia das Letras, 1988, p. 92).

O mascote da copa 2010

Imagem
A África do Sul escolheu um dos animais de sua rica fauna para ser a mascote da Copa-2010. O leopardo Zakumi se apresenta com corpo amarelo e cabelo verde. Segundo o criador Andries Odendaal, trata-se de um “disfarce” para que o felino possa se esconder no gramado. As cores também fazem menção ao uniforme da seleção dona da casa. Lançado em setembro de 2008, Zakumi “nasceu” em 1994 – ano no qual a África do Sul começou a viver na democracia e deixou para trás o apartheid. A mascote 'comemora aniversário' no dia 16 de junho, Dia da Juventude no país. O nome do leopardo se baseou nos termos “za”, de “África do Sul” (em um dos idiomas locais), e “kumi”, que em diferentes línguas africanas significa “dez”. O termo pode ser interpretado como “vem aqui” em algumas línguas africanas. Segundo seus criadores, Zakumi possui “espírito aventureiro, espontaneidade e muita energia” para animar os torcedores.

Victor & Leo

Imagem
Não é o Vitor Hugo Mas o Vitor! Que foi o meu aluno, Escutando atento, fazendo e vivendo as aulas de História! Filho da Marisa que conviveu com a "Lulucia", minha irmã! (...)   Não é o Leo! (...) Leonardo "Da Vinci"!!! Mas, o menino bonito, a sua voz encanta os jovens!!! Ele é o afilhado da minha cumadre Cleuza (...) Oh Jovens!!! Que eu faça de fato, a minha vida, a inspiração e a vida de D. Bosco: "Basta que sejam jovens, para que eu vos ame!"   Escuto "Borboletas" e " Lá em casa": "Você tenta provar que tudo em nós morreu Borboletas sempre voltam E o seu jardim sou eu" http://www.victoreleo.com/index_site.php Não esqueçam meninos, Vitor e Leo, Não esqueça Pedro, E outros meninos e meninas Das nossas raízes, tão expressa em versos, pelo Poeta-Professor Estevam de Oliveira Cotta:   Abre Campo, cidade serrana, Tu és de Santana Uma filha adorada! És uma terra rica em flores De lin

A voz dissonante de Joaquim Nabuco

Imagem
Para o político, o atraso advém da escravidão e não da miscigenação A voz dissonante de Joaquim Nabuco ANGELA M. ALONSO Em 1883, como parte da campanha abolicionista que tomava o país, aparecia "O Abolicionismo", panfleto escrito pelo jovem político Joaquim Nabuco (1849-1910). O livro, orientado para a atuação política, apresentava uma análise sociológica formulada a partir de um radicalismo crítico nunca antes aplicado à análise do país. Face ao grosso da geração de jovens intelectuais de fins do Segundo Reinado, que, calcada nas teorias cientificistas aportadas entre nós nas últimas décadas do século 19, explicava o atraso brasileiro tendo por base o determinismo biológico ou histórico, Nabuco discrepava. Muito embora aceitasse as conclusões da ciência de seu tempo no que diz respeito a uma hierarquia biológica entre as raças, sua interpretação do Brasil foi construída de uma perspectiva política, e não cientificista, que buscava investigar as condições mais prof
Sobre a atual vergonha de ser brasileiro Affonso Romano de Sant'Anna* (O texto foi publicado diante da pesquisa que apontava F.H. C. na presidência da República como o brasileiro que mais envergonhava o país;  o cronista se vê forçado a publicar um texto de 17 anos atrás, atualíssimo) Que vergonha, meu Deus! ser brasileiro e estar crucificado num cruzeiro erguido num monte de corrupção. Antes nos matavam de porrada e choque nas celas da subversão. Agora nos matam de vergonha e fome exibindo estatísticas na mão. Estão zombando de mim. Não acredito. Debocham a viva voz e por escrito É abrir jornal, lá vem desgosto. Cada notícia é um vídeo-tapa no rosto. Cada vez é mais difícil ser brasileiro. Cada vez é mais difícil ser cavalo desse Exu perverso nesse desgoverno terreiro. Nunca vi tamanho abuso. Estou confuso, obtuso, com a razão em parafuso: a honestidade saiu de moda a honra caiu de uso. De hora em hora a coi

A cidadania na constituição

Imagem
Ulisses Guimarães e a Constituição de 1988 Igualdade jurídica: todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país estão garantidas a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Homens e mulheres são iguais em direitos e deveres. Subordinação de todos á lei: ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Significa que a liberdade de cada pessoa só tem como limite os mandamentos contidos nas normas jurídicas, e não o arbítrio de outra pessoa, por mais influente que seja. Liberdade de pensamento, de crença religiosa, de expressão intelectual, de locomoção, de associação: é livre a manifestação do pensamento (sendo assegurado o direito de resposta); é livre o exercício dos cultos religiosos; é livre a expressão intelectual (artística, cientifica e de comunicação), independentemente de censura ou licença; é livre a locomoção pelo

Por que lutam os trabalhadores em educação de Minas Gerais?

Gilson Reis * Há quarenta e seis dias os trabalhadores em educação pública de Minas Gerais permanecem em greve. Um movimento que começou tímido, com desconfiança e foi ganhando, a cada dia, mais adesão e força. Inicialmente o governo Aécio/Anastasia tratou o movimento grevista com desdém e desprezo. No segundo momento com atitudes autoritárias e ameaçadoras: Corte de pagamento, ameaças de demissões e multas ao Sindute. No terceiro momento, na busca incessante e insensata de criminalizar, com apoio do judiciário, o movimento grevista. A ação na via judicial é realizada através do prestígio e proximidade do governo junto a setores do poder judiciário mineiro, com um único objetivo: derrotar a greve. É importante destacar que nesse último período o poder judiciário mineiro tem assumido, a cada manifestação do movimento popular e sindical uma postura cada vez mais autoritária e reacionária, lembrando os piores momentos e de maior tensionamento no período do regime militar. Todavia, é

Irã: Quem atira a primeira pedra?

E convém lembrar: fundamentalismo não é apenas uma síndrome religiosa. É, sobretudo, uma enfermidade ideológica O presidente Lula empreendeu uma delicada operação diplomática para evitar que o Irã utilize a energia nuclear para fins bélicos. As nações mais poderosas do mundo, capitaneadas pelos EUA, logo expressaram sua indignação e discordância: como um “paiseco” como o Brasil ousa querer ditar regras na política internacional? Marx, Reich e Erich Fromm já nos haviam prevenido que preconceito de classe costuma ser um tabu arraigado. Como alguém que nasceu na cozinha tem o direito de ocupar a sala de jantar? Pelo critério de George Bush, lamentavelmente preservado por Obama, o Irã faz parte das nações que integram o “eixo do mal”. Não morro de amores pela terra dos aiatolás, considero o governo iraniano uma autocracia fundamentalista e discordo do modo patriarcal que o Irã trata suas mulheres, como seres de segunda classe. Diga-se de passagem, assim também faz o Vaticano, razão p

Professores de MG decidem suspender greve que durou 48 dias

Professores da rede estadual de Minas Gerais decidiram, nesta terça-feira (25), suspender a greve que durou 48 dias. Eles aceitaram um acordo proposto pelo governo do estado. A previsão é de que as aulas voltem ao normal a partir desta quinta-feira. saiba mais Greve de professores completa 21 dias em Minas Gerais Professores de MG decidem manter greve iniciada em 8 de abril Segundo a coordenadora-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), Beatriz Cerqueira, os compromissos feitos pelo governo foram a criação de uma comissão para que, em 20 dias, seja apresentado um estudo de modificação dos vencimentos básicos e a decisão de abrir mão da ação na Justiça contra a greve. Categoria aceitou acordo proposto pelo governo do estado. Previsão é de que aulas voltem ao normal nesta quinta-feira (27). Além disso, o governo se comprometeu a não cortar salários e não demitir professores. “Os professores vão continuar mobilizados aguardando os resultados dos compromisso

Teatro de Bolso: "Monólogo do Artista"

Imagem
"A Cia. de Teatro de Bolso, foi criada em 2008 e desde então, tem conquistado o respeito e a admiração dos amantes da arte de Ponte Nova. A excelência de suas apresentações colhem frutos também em outras paragens como no 10º Festival Nacional de Artes Cênicas de Conselheiro Lafaiete com o o espetáculo "O Arteiro e o Tempo". Foi vencedor dos prêmios de Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Diretor." (Pontenet) Convido a todos para assistirem o mais novo espetáculo da Cia. Teatro de Bolso:  "Monólogo do Artista" Dias: 29/05 em frente à Percepção Musical às 10h 12/06 na Praça de Palmeiras às 10h Daniela Lima

Cidadão (Zé Geraldo)

Cidadão Zé Geraldo   Composição: Lucio Barbosa   Tá vendo aquele edifício moço? Ajudei a levantar Foi um tempo de aflição Eram quatro condução Duas pra ir, duas pra voltar Hoje depois dele pronto Olho pra cima e fico tonto Mas me chega um cidadão E me diz desconfiado, tu tá aí admirado Ou tá querendo roubar? Meu domingo tá perdido Vou pra casa entristecido Dá vontade de beber E pra aumentar o meu tédio Eu nem posso olhar pro prédio Que eu ajudei a fazer Tá vendo aquele colégio moço? Eu também trabalhei lá Lá eu quase me arrebento Pus a massa fiz cimento Ajudei a rebocar Minha filha inocente Vem pra mim toda contente Pai vou me matricular Mas me diz um cidadão Criança de pé no chão Aqui não pode estudar Esta dor doeu mais forte Por que que eu deixei o norte Eu me pus a me dizer Lá a seca castigava mas o pouco que eu plantava Tinha direito a comer Tá vendo aquela igreja moço? Onde o padre diz amém Pus o sino e o badalo Enchi minha mão de calo Lá

Pentecostes/ Eu navegarei com Cleide Gomes

Eu Navegarei Eu navegarei no oceano do Espírito, e ali adorarei ao Deus do meu amor. (2x) Espírito, espírito, que desce como fogo, vem como em pentecoste , e enche-me de novo. Eu adorarei ao Deus da minha vida, que me compreendeu sem nenhuma explicação. (2x) Espírito, espírito, que desce como fogo, vem como em pentecoste, e enche-me de novo.

Oração Senhora do Silêncio

Mãe do Silêncio e da Humildade, tu vives perdida e encontrada no mar sem fundo do Mistério do Senhor. Tu és disponibilidade e receptividade. Tu és fecundidade e plenitude. Tu és atenção e solicitude pelos irmãos. Estás revestidas de fortaleza. Resplandecem em ti a maturidade humana e a elegância espiritual. És senhora de ti mesma antes de ser nossa Senhora. Em ti não existe dispersão. Em um ato de simples e total, tua alma, toda imóvel, está paralizada e identificada com o Senhor. Estás dentro de Deus, e Deus dentro de ti. O Mistério total te envolve e te penetra e te possui, ocupa e entrega todo o teu ser. Parece que em ti tudo ficou parado, tudo se identificou contigo: o tempo, o espaço, a palavra, a música, o silêncio, a mulher, Deus. Tudo ficou assumido em ti, e divinizado. Jamais se viu figura humana de tamanha doçura, nem se voltará a ver nesta terra uma mulher tão inefavelmente evocadora. Entretanto, teu silêncio não é a ausência mas presença. Estás abismada

Revolução Tecnológica

Imagem
Para Broers: só o conhecimento da tecnologia vence os mitos e a ingenuidade Nossa melhor aposta A tecnologia é moralmente neutra - cura um câncer e explode a bomba -, mas é a via mais segura para resolver muitos dos problemas atuais                                        Fotos Album/Latinstock e Divulgação VELHA ANGÚSTIA Frankenstein e Avatar, enredos que mostram a mesma ansiedade em relação à tecnologia Frankenstein e Avatar, enredos que mostram a mesma ansiedade em relação à tecnologia Filha de uma feminista e de um filósofo radicais, e já casada com um poeta revolucionário, Mary Shelley tinha apenas 19 anos quando mandou às favas a ambição dos pais e do marido de criar o "homem novo" e criou um "novo monstro": Frankenstein. Escrito sob o impacto da Revolução Industrial e publicado em 1818, seu livro mais famoso é interpretado como marco zero da demonização da tecnologia. Em Frankenstein, ou o Moderno Prometeu, a autora compara a tecnologia a uma força autôn