O mito Tiradentes
No dizer de Mircea Eliade, historiador das religiões, o mito sobrevive na condição humana a angústia perante o tempo. Embora possa adquirir camuflagens diversas, ele permanece vivo em nossa sociedade.
"Amanheceu o dia 21 de abril, que lhe abriria a eternidade" [Últimos momentos...p.108], assim descreve o frei Raimundo Penaforte últimos momentos de Joaquim José da Silva Xavier. Morre o homem, nasce o mito. Forjado pelos franciscanos, confessores dos inconfidentes, o ideal cristão é projetado na figura de Tiradentes. Torna-se modelo de homem cristão, generoso, arrependido, castigado, mas preparado para bem morrer. Segundo os confessores, ele recebeu sereno e convencido da gravidade de seus pecados a sentença condenatória. Após a leitura do Decreto Régio, que apenas o condenava à morte, sua reação foi de alegria pelos outros réus favorecidos pelo perdão real, e pouco trabalho tiveram em seu consolo. Descrevem sua caminhada para o cadafalso, como se fosse o próprio Cristo: beija os pés e perdoa o carrasco; recebe a alva, despe a camisa e caminha com o crucifixo na mão.
Os primeiros republicanos , em busca de um herói nacional, encontraram nele, o símbolo mais que perfeito. Utilizaram a imagem deixada pelos franciscanos, pois segundo o historiador José Murilo de Carvalho, em seu livro A Formação das Almas, naquele momento:
"Tiradentes não deveria ser visto como herói republicano radical, mas sim herói cívico-religioso, como mártir, integrador, portador da imagem do povo inteiro" [p.70]. Acertaram no alvo. Tiradentes caiu no gosto popular e nunca mais deixou de estar presente no nosso imaginário político e social.
Se o mito para os gregos era o “grande mestre” para tudo o que se referia ao espírito, se com ele aprendiam a moral e a conduta de vida, a virtude e a nobreza, com ele também aprendiam sobre a raça, a cultura, e mesmo a política.
Bibliografia:
CARVALHO, José Murilo de. A formação das almas, o imaginário da República no Brasil. São Paulo, Companhia das Letras, 1990, p. 70.
RIBEIRO, Maria Eurydice de Barros. A função social do mito. In: IX anuário do Museu da Inconfidência. Ouro Preto, 1993. P. 58-68.
http://gold.br.inter.net/luisinfo/cidadania/tiradentes.htm
"Amanheceu o dia 21 de abril, que lhe abriria a eternidade" [Últimos momentos...p.108], assim descreve o frei Raimundo Penaforte últimos momentos de Joaquim José da Silva Xavier. Morre o homem, nasce o mito. Forjado pelos franciscanos, confessores dos inconfidentes, o ideal cristão é projetado na figura de Tiradentes. Torna-se modelo de homem cristão, generoso, arrependido, castigado, mas preparado para bem morrer. Segundo os confessores, ele recebeu sereno e convencido da gravidade de seus pecados a sentença condenatória. Após a leitura do Decreto Régio, que apenas o condenava à morte, sua reação foi de alegria pelos outros réus favorecidos pelo perdão real, e pouco trabalho tiveram em seu consolo. Descrevem sua caminhada para o cadafalso, como se fosse o próprio Cristo: beija os pés e perdoa o carrasco; recebe a alva, despe a camisa e caminha com o crucifixo na mão.
Os primeiros republicanos , em busca de um herói nacional, encontraram nele, o símbolo mais que perfeito. Utilizaram a imagem deixada pelos franciscanos, pois segundo o historiador José Murilo de Carvalho, em seu livro A Formação das Almas, naquele momento:
"Tiradentes não deveria ser visto como herói republicano radical, mas sim herói cívico-religioso, como mártir, integrador, portador da imagem do povo inteiro" [p.70]. Acertaram no alvo. Tiradentes caiu no gosto popular e nunca mais deixou de estar presente no nosso imaginário político e social.
Se o mito para os gregos era o “grande mestre” para tudo o que se referia ao espírito, se com ele aprendiam a moral e a conduta de vida, a virtude e a nobreza, com ele também aprendiam sobre a raça, a cultura, e mesmo a política.
Bibliografia:
CARVALHO, José Murilo de. A formação das almas, o imaginário da República no Brasil. São Paulo, Companhia das Letras, 1990, p. 70.
RIBEIRO, Maria Eurydice de Barros. A função social do mito. In: IX anuário do Museu da Inconfidência. Ouro Preto, 1993. P. 58-68.
http://gold.br.inter.net/luisinfo/cidadania/tiradentes.htm
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