Museu da Solidariedade





O Museu da Solidariedade brotou dos esforços do ex-presidente Salvador Allende (1908-1973) que, à época no poder, organizou uma ação internacional para que artistas plásticos sintonizados com a revolução chilena se sensibilizassem com a causa e doassem obras para o museu em formação. Artistas e pessoas ligadas à área movimentaram-se com a intenção de ajudar Allende a montar um museu de arte para seu povo.
A manobra internacional funcionou e foi inaugurado o Museu da Solidariedade Salvador Allende, hoje instalado em um antigo palácio da capital Santiago, depois de funcionar num edifício em estilo colonial espanhol, danificado pelo terremoto de 1985 e por este motivo não-recomendável ao abrigo de tão precioso acervo. Convém dizer que, depois da tomada do poder pelo general Augusto Pinochet, em 1973, o museu ficou adormecido até o fim da ditadura.



A iniciativa de Allende de formar um museu aconteceu em 1972. Para que a ideia ganhasse força criou-se o Comitê Internacional de Solidariedade Artística ao Chile, integrado por artistas, críticos de arte e diretores de museus de diversas capitais da Europa e das Américas. O brasileiro Mario Pedrosa, respeitado crítico de arte, curador das bienais de São Paulo de 1953 e 1961, foi eleito para presidir o comitê. Pedrosa era um exilado no Chile pela ditadura brasileira, conhecia a realidade local, entendia do assunto e mantinha preciosos contatos no mundo artístico. O comitê incentivava os artistas dos diversos países a doarem obras de arte ao Museu da Solidariedade.
Um outro personagem importante nesta arregimentação foi o poeta Pablo Neruda, então embaixador do Chile na França. Naquele tempo, muitos artistas internacionais exilados em Paris postaram seus trabalhos via embaixada chilena. Chegaram obras de 11 países, inclusive do Brasil, cujos artistas igualmente fizeram suas doações por meio da embaixada chilena em Paris.

 
Segundo Emanoel Araújo,  os artistas do mundo souberam interpretar esse sentido profundo do estilo chileno de luta pela liberdade nacional e um gesto único nesta trajetória cultural tenha decidido espontaneamente obsequiar com esta magnífica coleção de obras mestras para o desfrute dos cidadãos de um longínquo país que de outro modo dificilmente teriam acesso a elas. Como não sentir, aí por que uma incendiada emoção e uma profunda gratidão? Que temos contraído um solene compromisso, a obrigação de corresponder a essa solidariedade?


IN: http://www.pr.gov.br/mon/exposicoes/salvador_alende.htm

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