A viagem de Charles Darwin


O naturalista inglês Charles Darwin a bordo do navio Beagle reuniu documentos que ilustrariam a sua explosiva teoria sobre a evolução das espécies.

© AMERICAN MUSEUM OF NATURAL HISTORY/ELLIOT&FRY -
Darwin, em 1870, na residência de Kent, na Inglaterra, onde produziu sua obra revolucionária


No final do ano de 1831, ele estava a bordo quando o Beagle deixou a Inglaterra para uma longa exploração marítima que se tornaria famosa. Darwin, então com 22 anos 

(...) Não tardou para que se iniciasse a lenta navegação ao longo da costa da América do Sul, 

(...) ao longo de vários anos. Dessa maneira, Darwin encontrou nos pampas argentinos seus primeiros fósseis. No leito seco de um rio despontavam as ossadas. Ele as exumou. Explorou e escavou os arredores. Descobriu restos de monstruosos quadrúpedes. Um deles tinha o tamanho de um elefante, mas a dentadura de um roedor. Um espírito dotado de razão não poderia deixar de concluir que, apesar da crença generalizada sobre o recente nascimento da Terra já com o formato atual, o planeta, bem como a vida nele, havia evoluído durante muito tempo, antes de assumir as características do presente. 

(...) Durante mais de três anos, o mundo deu ao jovem viajante atento mil provas de suas transformações do presente e de suas metamorfoses ancestrais. Havia mais, porém. O acaso colocou no final dessa incursão sul-americana o arquipélago de Galápagos. 

(...) Por toda parte, nessas ilhas, a vida assumiu formas bastante particulares - o que prova que ela pode evoluir. Há, ainda, as diferenciações que podem ser estabelecidas entre as populações das várias ilhas.

(...) Assim, o naturalista teve a confirmação de que, de fato, de uma única origem nasceram espécies variadas, por influência de diversos fatores (meio ambiente, alimentação, transmissão hereditária de características adquiridas acidentalmente).

O retorno (...) aconteceu em outubro de 1836 (...) Ele estava convencido da evolução dos seres vivos: "Eu havia finalmente chegado ao momento de elaborar uma teoria...", escreveu, tempos depois. Só em 1859 ele viria a publicar a Origem  das espécies.
A obra teve uma procura impressionante e se transformou no escândalo da época.

Ele nem tinha, ainda, ousado aplicar suas teorias à raça humana. Escreveu simplesmente: "Um raio de luz complementar haverá um dia de iluminar a questão da origem do homem".

In: LATI, Pierre de. Charles Darwin: o gênio atormentado.
Revista História Viva, n. 13. São Paulo: Duetto, novembro de 2004.

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