Mais uma de nossas visitas e pesquisas através das Faculdades Promove em Araponga - MG. Ficamos muito impressionados como este povo sabe valorizar e respeitar o seu Patrimônio seja através de  suas histórias, causos, lendas, contos, receitas, artesanato, culinária, suas festas e lugares sagrados. Prova disto é a fundação da CEPEC que é o Centro de Pesquisa e Promoção cultural de Araponga que objetiva resagatar a identidade cultural da Serra do Brigadeiro. Tivemos a oportunidade de visitar a sede do CEPEC e ser muito bem recebida pelo antropólogo Rodinei Gonçalves Ribas que não mede esforços para valorizar o legado dos  seus avós puris através de suas conversas ao pé da Serra, publicado em 2010. Fomos presenteados com este livro bem como os povos da Serra dos Arrepiados: suas festas e culturas de Oswaldo  Giovannini Junior, editado em 2006. Vale a pena ler estas preciosidades.
Fomos também muito bem recebidas pelo Pe. Cláudio José da Silva  que entusiasmado mostrou-nos o projeto para a pintura da Matriz São Miguel.
No restaurante onde almoçamos,  observamos fotografias que contemplam as belezas naturais da  Serra dos  Arrepiados.

Historicamente conhecida com a Serra dos Arrepiados, a Serra do Brigadeiro pegou o seu nome do Brigadeiro Bacelar que acompanhou os desbravadores da região nas primeiras décadas do Século XIX.


A Serra do Brigadeiro ergue-se na Zona da Mata mineira, no sudeste do estado, a cerca de 300 km de distância de Belo Horizonte, o parque ocupa terras dos municípios mineiros de Araponga, Fervedouro, Miradouro, Ervália, Sericita, Pedra Bonita, Muriaé e Divino. Criado em 27 de setembro de 1996 o parque cobre uma área de 14.984 hectares de onde predominam a Mata Atlântica, montanhas, vales, chapadas, encostas onde nascem diversos cursos d’água que contribuem de maneira significativa para a formação de duas importantes bacias hidrográficas do Estado: a do rio Doce e a do Paraíba do Sul.A Serra do Brigadeiro é um dos últimos redutos da Mata Atlântica em Minas Gerais. Em reunião de pesquisadores que avaliou o estado atual da biodiversidade em Minas, o parque foi considerado uma “zona azul”, isto é, sua preservação deve ter prioridade máxima. A importância da Serra do Brigadeiro se explica pela riqueza de sua fauna e flora: ocorrem ali diversas espécies endêmicas (que existem apenas naquela região) e ameaçadas de extinção.


                                       Matriz de São Miguel - Araponga - MG


                           Conversa ao pé da Serra- Rodinei Gonçalves Ribas
Pedra Redonda


Leia  mais sobre a  história de Araponga.



Em 1693 há registros de que Antônio Rodrigues Arzão, tendo em uma de suas expedições partindo de Taubaté à procura do Itacolomi (referencial dos bandeirantes) marchando para a serra do Guarapiranga, com o objetivo de aprisionar índios, avistando a então Serra dos Arrepiados, que lhes pareceram mais próximas que realmente estavam, descendo em sua direção, alcançou o rio Piranga, onde vagavam índios da nação Puri, que lhes deram notícia da existência de ouro na região e os guiaram até a Serra dos Arrepiados. Ficando esta expedição marcada na história, tendo tido registro oficial como o primeiro ouro das Minas Gerais.

Mas, o primeiro passo para o surgimento da hoje cidade de Araponga, se deu a partir de1780, quando o então Governador da Capitania de Minas - D. Rodrigo José de Menezes, preocupado em alargar o campo das minerações, despachou para esta região, à época conhecida pelo nome de Arrepiados, um conhecedor do sertão - o Capelão Pe. Manoel Luiz Branco, com soldados e escravos. Ali chegando, constataram a ocorrência de ouro em boa quantidade. As terras pertenciam ao Coronel Antônio Dias Ferraz, patriarca da tradiconal Família Ferraz, presente até hoje na região.
 
Em agosto de 1781, o próprio Governador lá chegou com sua comitiva e, já encontrando mais de 400 requerimentos de sesmarias e datas minerais, imediatamente as despachou, juntamente com o desembargador Luiz Beltrão de Gouveia e Almeidae com o Coronel Antônio Dias Ferraz, ficando assim fundado o Arraial dos Arrepiados, que durante a extração de ouro existente, criou vida e prosperidade. Entretanto, o ouro que parecia ser em boa quantidade no começo, não demorou a escassear, em conseqüência, a grande maioria dos moradores foram tentar a sorte em outros campos abertos, e o Arraial caiu em decadência.
Em 1809, foi construído o cemitério, e o Pe. Bernardino José da Silva ergueu a capelinha primitiva coberta de palmas, dedicada a São Miguel e Almas dos Arrepiados, filial da Freguesia de Furquim. Foi então celebrada a primeira missa por D. Frei Manuel da Cruz. Lentamente, o arraial foi crescendo novamente, até que, com o Alvará de 9 de novembro de 1826, foi criado a Freguesia desmembrada da de Furquim, e, com o mesmo título de Capela - "São Miguel e Almas dos Arrepiados". Em 1832 foi construída a primeira igreja que foi entregue ao Revdo. Pe. Joaquim Fernandes de Godói Torres, sendo esse o primeiro e único vigário colado dessa Freguesia. Foi ele quem de fato dirigiu o Arraial por 31 anos, e aí faleceu. Tendo sido o guia e o mentor espiritual do povo daquela época, pode ele realmente ser considerado o verdadeiro fundador do Arraial dos Arrepiados.
Em 10 de julho de 1886, a Lei Provincial nº 3387 mudou a denominação da Freguesia de São Miguel e Almas dos Arrepiados, então no Município de Viçosa, para São Miguel do Araponga, ainda sobre a tutela da família Ferraz.
 
Em 17 de dezembro de 1938, o Decreto Lei nº 148, do Governador, reduziu-lhe a denominação para simplesmente Araponga, e por efeito do mesmo, o distrito de Araponga passou a pertencer ao recém - criado município de Ervália, ex-Herval. Finalmente, a Lei Estadual nº 2.764 de 30 de dezembro de 1962, elevou o distrito de Araponga pertencente a Ervália, à categoria de cidade. 



 

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