Lançamento do Livro Terras de Negro e Gente de Fé
"Nzambi! wa bomoyo, alendisa mobembo na bino
(Que o Deus da vida fortaleça nossa caminhada) Dialeto afro.
Filhos e filhas do Rosário, de Efigênia, Fátima,São Benedito, São Pedro, Auxiliadora
Foi no contexto de políticas públicas e a inclusão da temática História e Cultura Afro-brasileira no currículo oficial de ensino que, como professora de História, aproximei-me de dados oficiais do Projeto Quilombos Gerais (CEDEFES, 2005), que mostravam a existência de cerca de 336 comunidades negras identificadas no Estado, em sua maioria, ainda não reconhecidas e tituladas. Pude constatar também que o referido projeto reconhecia no Município de Ponte Nova, Zona da Mata de Minas Gerais, quatro localidades negras: a de Abre Campo, Baú, Fátima e São Pedro, as quais se caracterizam como comunidades urbanas. Porém, foi a partir do projeto intitulado “Almas Negras”, que desenvolvi com os alunos de ensino médio da Escola Estadual Caetano Marinho, que o interesse pelo estudo com comunidades negras passou a se configurar de fato. Nesta ocasião, ouvi de um aluno as seguintes palavras:
(...) minha tataravô era escrava. Tenho muito orgulho de minha raça e de minha cor. Os negros em nosso mundo são muito desprezados, mas ainda tenho certeza que isso poderá mudar algum dia (...)
As coisas já estão mudando Rodrigo, prova disto é esta celebração bonita e comovente contadas pelos verdadeiros protagonistas desta história (os devotos do nosso Padre Antônio de Urucânia, o filho da ex-escrava Fábia Maria de Jesus, dos cânticos e rezas dos Congados de Abre Campo, Sericita e Pedra Bonita, bem como os Herdeiros de Banzo, Zimbabuwe e Ganga Zumba.
Peço licença ao Congadeiro de Ouro Preto, Sr. Geraldo Bonifácio de Freitas, que na programação oficial deste ano Internacional dos afrodescendentes realça:
“Quais mistérios envolvem os negros nas devoções a São Benedito, Santo Antônio do Categeró, Santa Efigênia, São Elesbão, tendo como padroeira a Nossa Senhora do Rosário dos homens pretos como Mãe de Deus, nossa Mãe e Rainha dos Céus?”.
Tantos mistérios que não somos capazes de explicar, apenas sentir.
Que Olorum(Deus) e Oxalá(Jesus Cristo) nos guie para seguir defendendo a causa dos afro-brasileiros. O meu muito obrigada!!!
Ana Luiza Fernandes de Oliveira Dias
Confesso que ainda não tive tempo de saborear o seu livro Ana Luiza,mas fiquei feliz por fazer parte desse momento seu.
ResponderExcluirse der,
mande algumas fotos para o meu email,ok?
abrçs,môniCa!
Ana, já li seu trabalho. Gostei muito.
ResponderExcluirPesquisa, texto, fotografia... Lembrei-me de nossos tempos no Auxiliadora, dos preparativos do centenario... Acho que a gente tem mesmo uma história juntas...
O lançamento de seu livro foi a sua cara!!! E só voce pra organizar um evento desse, mobilizando toda uma comunidade! Parabens.
Um grande abraço, Sucesso sempre, Jackie
Oh minha amiga, como sempre iluminando a minha caminhada. O seu cogito nos alimenta.
ResponderExcluirBeijos no coração.
Ana Luiza