CRONOLOGIA DA SITUAÇÃO DE NEGROS E ESCRAVOS, DE PONTE NOVA
1734 - O explorador
Matias Barbosa da
Silva
combateu índios na chamada
Escatinha
da Natividade, com 70 homens
livres
e 50 escravos, e ergueu o Presídio
de
Abre Campo (destinado aos índios capturados).
1755
- No ano da ocupação de PN com as
sesmarias,
o capitão Miguel Antônio do Monte,
dono
da Sesmaria da Vargem Alegre, possuía
45 escravos.
1756
- Na sua sesmaria,
Sebastião do Monte
de
Medeiros da Costa Camargo funda a
Fazenda
do Córrego das Almas. Capitão-comandante
de
Ordenanças do Distrito da Ponte
Nova,
tinha, entre suas atribuições, a de
“amansar” escravos trazidos de Ouro Preto
ou
do RJ.
1760
- Manoel Francisco Moreira Serra
investe
na sua sesmaria, onde instala a Fazenda
dos Quartéis
(hoje Amparo do Serra),
chegando
a ter 200 escravos.
1762
- Ano de doação de terras à Capela da
Saúde
(hoje Dom Silvério) pelo padre Domingos
de
Araújo, proprietário da Fazenda
Ciriquito,
onde tinha cerca de 400 escravos
negros
e dezenas de índios escravizados.
1785
- Ano de instalação da lavoura de
cana-de-açúcar
em Ponte Nova. Avalia-se
que
em média o arraial tinha 5 escravos para
cada cidadão
livre.
1791 - Alexandre Lopes
dos Santos foi
nomeado
juiz da Vintena (leigo responsável
pela
Justiça nas povoações pequenas) no
Arraial
da Barra do Bacalhau/Guaraciaba, depois
que
a comunidade denunciou, em fins
de
1791, plano de pelo menos 30 negros
aquilombados
e armados para invadir o arraial
para
matar a população branca.
1815
- Em sua expedição à localidade Barra
Longa,
o barão Wilheilm Ludwig Von
Eschwege
contabiliza 183 escravos em 6 lavras
de ouro
visitadas.
1821 - Em 18/7, morre
a fazendeira Umbelina
Antônia
Pereira. Constam nos autos
do
testamento que deixou em seu inventário
22
escravos na Fazenda de Sant’Ana do Deserto/
Rio
Doce.
1833 - O governador da
Província de Ouro
Preto
requer que o Juizado de Paz de PN
investigue
o tráfico (já coibido em MG) de
escravos
em Ponte Nova.
1859 - Em 20/5, morre,
na Fazenda do
Pontal,
Manoel Inácio de Melo e Souza, o
Barão
do Pontal, político de prestígio de
Minas
no 1o e no 2o Reinados. Foi sepultado
no
RJ, mas a lenda diz que seu corpo,
sendo
jogado no rio Piranga, reapareceu
numa
margem próxima, como castigo pelas
suas
maldades para com os escravos.
Por
isso teria sido enterrado numa parede
falsa
da fazenda (já demolida), passando a
assombrá-la.
1866 - Em 30/10, data
da sua emancipação,
PN
tinha entre suas principais atividades
econômicas
o comércio de escravos e a
captura
de índios (destinados ao trabalho escravo
ou
para extermínio).
1874
- PN tinha 8.434 escravos registrados,
sem
contar os 163 libertos, conforme cálculos
do
presidente da Junta Classificatória de
Escravos,
José Maria da Silveira.
1883 - Estatística
oficial informava que a
Província
de MG tinha 311.567 escravos,
sendo
7.251 em PN.
1885 - Em 29/9, a
Regência promulga a
Lei
dos Sexagenários. Nesta data, PN tinha
477
escravos com mais de 60 anos.
1888
- Em 13/5, data da Abolição, informa-
se
que, anos antes, Maria Genoveva Martins,
esposa
do então deputado (depois senador)
Antônio
Martins, já patrocinava reuniões
com
fazendeiros culminando com a libertação
de
escravos (não se sabe quantos).
2012 - Muitas comunidades quilombolas que mantem suas tradições e através de seus cantos, rezas e celebrações sentem orgulho de dizerem filhos e filhas da Mãe África!
Fontes:
FOLHA DE PONTE NOVA - 25/11/2011
Dias, Ana Luiza Fernandes de Oliveira. Terra, trabalho, parentela e fé: uma
abordagem
sobre
o espaço social e a herança afro-descendente na comunidade rural de Nogueira -
Ponte Nova-MG. – Viçosa, MG, 2007
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